1.17.2014

Copassarinho

Copa no mato

Eu tenho um defeito, eu amo o Brasil. Pronto falei! Isso deve ser um defeito de nascença. Amo viver no Brasil. Amo e odeio. Amo esse local, essa paisagem, essa geologia e acima de tudo amo essa natureza e esses passarinhos. E odeio um monte. Nem preciso listar tudo aquilo que é bem brasileiro e que me envergonha, até porque é um sentimento coletivo… 

Mas olha, sinceramente, não chego ao extremo de odiar o futebol… até que gosto.
Gosto de jogar, brincar de bola, assitir um bom jogo. Não tenho um time do coração, nessa religião também sou ateu... mas quando garoto - e juro que fui garoto até pouco tempo atrás - eu sempre assistia a copa do mundo. Era legal. Mais legal quando copa era bem distante, tipo no tempo e espaço… a melhor copa é aquela que foi lá longe e há muito tempo atrás. A próxima é obviamente a pior...

Sim, pois graças à evolução,  a copa do mundo é um hoje evento em extinção - e não queremos salva-lo! Explico. Anotem aí. Essa copa do Brasil é a última das copas. Daqui pra frente é decadência certa.  O futebol é hoje transnacional. Os grandes times são a unidade fundamental. Seleções nacionais perderam o sentido, não apenas pra quem assiste, mas acima de tudo pros jogadores.

Um jogador joga por seu time, por sua equipe. Jogar na copa do mundo, jogar pra cbf ou fifa é tipo pagar imposto, tem que pagar, foi convocado? OK a gente paga, mas não com prazer…

O resultado é um futebol mixo… um espetáculo decrépito e corrupto. Bons exemplos não faltam desse desinteresse. Em cada copa vemos mais e mais seleções que amarelam… perdem o interesse e a garra: França e Inglaterra em 2010, Brasil, Holanda e Camarões em 2006, Ioguslávia e Hungria em 1978... e por ai vai… .

Pois veja bem se um jogador parar pra pensar… de que vale jogar a copa???  Acrescente-se a isso a montanha de corrupção da fifa e... - vejam só - teremos copa no katar… é o começo do fim. A copinha, da fifinha.

Mas o mundo é assim, rei morto rei posto. Já que a copa do mundo está em franca extinção temos que pensar em um modelo alternativo.


Copassarinho

 

Já sei!  Vamos criar a  Copassarinho! Vamos todo mundo pro mato, a  passarinhar durante a copa. Tipo um detox. Galvão-detox. Spa de desintoxicação. Spassarinho! Bora passarinhar. As regras são simples:
  1. Todos pro mato
    1. quanto mais longe melhor
  2. Quem fotografar mais espécies ganha mais pontos.  
    1. espécies verde-amarelo valem mais ainda
  3. Foto no dia de jogo da copa valem o dobro. 
    1. Se o jogo for do Brasil, vale o dobro do dobro. 
    2. Se a foto for na hora do jogo valem um monte 
  4. Fotos feitas no exato momento do gol do Brasil valem um dobrão.
    1. usaremos o exif para confirmar local e hora.
  5. Prêmio especial Xeno-canto para vocalizações gravadas sem a presença de rojões ao fundo
Podemos também criar a wiki-copa, a xeno-copa e a taxeus-copa… culminando na copavistar, hehehe. Pensando bem… temos que nos cuidar, pois imagine se o time do E-Bird vier jogar, estamos fritos…

Mas não se deixem abater, com a criatividade brasileira, podemos inventar mais e mais copas… existem muitas outras melhores pra se jogar. Uma delas por exemplo é a copassarinho… onde somos os vice-reis absolutos… A Colômbia bem que tenta… mas o Brasil ano a ano, bem treinado pela CBRO, tem aumentado sua lista de espécies.  Em breve seremos campeões do mundo (amo o Brasil) … isso se não revertermos a perda de espécies( odeio o Brasil)…


PS - falando sério, se você quer aproveitar os inevitáveis dias de jogo e passarinhar tranquilo, junte-se a nós!!  Vamos organizar a copa no mato??? Aceitamos sugestões...

1.11.2014

As arveres semos nozes

Publicado originalmente  an AO
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“As àrveres semos noses” 


Construí minha casa embaixo de uma tipuana. Aqui nasceram meus filhos e fiz a minha carreira. Em sua sombra eu parava o carro, e ali mesmo ele foi roubado… que bom, abandonei o carro mas fiquei com a árvore. Meus vizinhos eram os passarinhos: sanhaço, bem-ti-ví e curruíra. À  noite vinham os morcegos, mariposas e lagartixas que se aproveitavam da escura copa.

A tipuana tinha 15 anos. Era jovem, bem formada, tronco sadio. Uma bela árvore.

Mas uma ávore talvez não tenha direitos em uma sociedade mal educada, e por ser um pouco inclinada, com o tronco pendendo para a rua, a minha tipuana começou a colecionar inimigos. O pizzaiolo, o vendedor de pães, a vizinha gostosona e burra, o mecânico da moto, o sem-teto que invadiu a casa de frente. Todos olhavam com desconfiança para a minha casa, ali embaixo da tipuana: "… essa árvore vai cair, vai ser uma tragédia… vai destruir os carros, matar alguém…"

A ignorância mata, árvores não.


Ao contrário dos meus vizinhos a árvore é sábia e continua sua corrida rumo aos raios do sol. Meus aliados são os passarinhos, insetos, abelhas, aranhas, lagartos e toda uma fauna arborícola, na qual me incluo decididamente.

Morando ali eu aprendi sobre o inverno e verão: suas folhas eram o meu calendário e eu brincava de sincronizar com sua floração. Observando o movimento das folhas eu podia prever o tempo, numa espécie de barômetro biológico.  Também os ventos predominantes - sul e noroeste - espalhavam em sua sombra um rastro de sementes e mudas… 


 


Pois é, em tempos de aridez política, de ignorância expressa, é óbvio que meu sonho arborícola não poderia durar por muito tempo. Um dia parou um caminhão aqui em frente. Começaram a derrubar a minha árvore-casa. De nada adiantou protestar, a árvore era sadia, pois a sociedade está doente. Tronco sadio, copa sadia, livre de cupim, livre de podridão. Seu único mal era ser meio torta, meio inclinada pro meio da rua.

Mais de 30 homens, 3 caminhões. Cortaram a luz, furaram o cano, cortaram a água, cortaram o tronco, os galhos, as raízes. Por fim, amarraram a resistente raiz no caminhão, e puxa, e tranco, até que sai…

Árvore é como dente… a gente sente a perda e fica remoendo as lembranças a cada passagem da língua pela gengiva despovoada. 




Hoje não tenho mais casa, mudei-me para a edícula, onde articulo meu plano de vingança. Sementes da tipuana, batatinhas de tiririca, mudas de quebra-pedra.  Somente sementes resilientes nesse estado de guerra permanente. Jardinagem será minha guerrilha urbana. 



O exército está pronto para o ataque: erva de passarinho, fumo-bravo e cortina, assa-peixe, beldroega e dezenas de outras espécies sem nome, mas determinadas a espalhar a vida, contra o concreto. Cada fresta de muro, cada buraco no asfalto, cada pedacinho de terra exposta será semeado. Começamos pela calha do telhado da vizinha gostosona (e burra), depois, a caixa de passagem da pizzaria, a caixa de luz do sem-teto, o esgoto do mecânico de motos… 




Fumo-bravo não é a árvore mais linda do mundo, tiririca não é o orgulho do meu jardim, quebra-pedra tampouco. Mas os tempos são de guerra, e não escolhemos soldados. Se no campo a sucessão começa com as pioneiras, aqui na selva de pedra começa com as guerrilheiras. 



1.06.2014

Triste Utopia

Enquanto o carro desliza pela estrada de terra, o termo mar de cana vem direto na minha cabeça. Tremenda injustiça. Mar é uma coisa cheia de vida, bio diverso, azul e com  ondas. As curvas de nível modulam a paisagem enquanto descemos a colina rumo a velha usina. Ruínas. A chaminé de tijolo aparente, testemunha um tempo de bonança. Uma centena de andorinhas nos fios elétricos, os olhos bem treinados indentificam as fileiras de  aves: Andorinha doméstica grande e Andorinha-pequena-de-casa. Ao fundo canta um joão-teneném, dois tizíus

Um brejo, corguinho, figueiras centenárias...  esse lugar devia ter sido um paraíso dos passarinhos, antes do sertão virar mar. Urubus posuam na velha chaminé. Tesourinhas nas ávores. Uma breve pausa, e logo a estradinha mergulha no canavial , enquanto os termômetros elevam-se a marca de 98ºF. 

Dois carros, um menino, duas senhoras, seis rapazes, todos passarinheiros, em busca do primeiro registro do triste-pia em terras paulistas. Passarinho, icterídeo, que migra de norte a sul das américas, fugindo dos rigores do inverno meridional. Um dos mais corajosos migrantes entre os songbirds americanos. 



Os dedicados passarinheiros da região utilizam alta tecnologia para procurar novos hotspots para observar. O brejo foi encontrado pelo google maps, o que faz todo sentido, pois é uma quase invisível depressão em meio à plantação. Ao seu redor uma faixa de reflorestamento, com vigorosas mudas de um ou dois anos. Visível pelo satélite, a mudança da paisagem dá seus passos iniciais.  A embaúba, bananinha de macaco, é árvore pioneira, de ciclo curto, cresce rápido e forma sombra para a recomposição da floresta. No topo um casal de aves, o binóculo ágil confirma a suspeita. Alí estão, logo de cara os tais passarinhos - a faixa característica na cabeça, porte de Garibaldi, penas estriadas, longas unhas. Identificação positiva, o grupo observa e tenta diferenciar os tais icterídeos entre a folhagem e um casal de tico-tico que ali pousou somente pra criar confusão. Observar aves é a arte da urgência. Enquanto penso isso, os bichos mergulham e a foto foi perdida no capim alto. 

Seguem-se três horas de sol e calor intenso. Casais de caboclinhos, águia pescadora, canário do mato, mergulhão pescador, freirinha... nada disso tira o foco do animado grupo. Cadê o triste-pia!!! 


Pausa para o almøço, parte do grupo fica, compromissos diversos, os outros persistem. Retorno ao mar de cana, a sede da fazenda, uma capela caindo aos pedaços, consagrada a São João, patrono da usina, mais canao, e enfim o brejo. Voltamos a procurar o tal passarinho... mas  no meio do caminho um canário-do-mato diverte-se com a fartura de sementes. 

Enquanto observo o canário, ouço gritos abafados de alegria. Levanto os olhos e vejo o grupo todo feliz, excitado! Sucesso, todos observam, fotografam. Hora de conferir o registro. O casal posa, voa, pousa e posa novamente. Luz de lá, luz de cá. Registro feito, sucesso na empreitada. 



Triste-pia e a gente festeja
Gustavo e Murilo

Alegria e companheirismo. O prazer de ver um trabalho generoso de um grupo de amantes das aves e da fotografia. Orgulho de fazer parte de uma geração que está mudando a história das aves brasileiras. 

Bobolink é o nome do passarinho nos Estados Unidos. O guia de campo, versão traduzida, apresenta a plumagem reprodutiva preto com amplas faixas amarelas. Apesar disso a identificação é positiva. Quanto tempo essa ave passou desapercebida por ai, voando baixo nos capinzais e brejos? 


Triste-pia - Bobolink

O mapa do ebird não deixa dúvidas, Bobolink voa do hemisfério norte em busca do verão,  e o registros da espécie revela um inusitado mapa da observação de aves em escala continental. Pra onde vai o bobolink???  

Utopia, aquele lugar que não tem lugar. O Brasil é a terra da utopia e esses migrantes por aqui se aventuram desde os tempos imemoriais, antes da usina, antes da capela, antes do sertão virar mar, desde o tempo das  andorinhas,  companheiras de viagem, aquelas que pousam nos fios.

Aqui nos tristes trópicos, aquele enorme contingente de passarinho desaparece, some das estatísticas e vira registro pontual. Triste utopia.  

Ano a ano, em busca de refúgio do inverno, em busca de uma vida melhor, os bobolinks migram para lugar algum, eventualmente terminam num brejo isolado, perdido no mar de cana. Movido por seus instintos, em breve eles devem partir, uma jornada de mais de 10.000 quilômetros pela frente. Ano que vem, como todo ano,  estarão de volta.  Ao redor do brejo, a estreita faixa reflorestada vai estar mais crescida,  e uma animada galera de observadores estará na espreita. 

Pois é... alhando ao longe, com um binóculo, a gente consegue ver alguma esperança. 


















1.05.2014

Curioso...

Publicado originalmente na Atualidades Ornitológicas
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Curioso







O motor tem baixa rotação, justamente para diminuir o aquecimento, o resfriamento é feito com soro fisiológico, os fragmentos de osso são retirados da face frontal externa do seio facial e colocados sob a membrana cuidadosamente separada do tecido ósseo basal do seio facial. Utiliza-se para isso um raspador semelhante ao pegador de sorvete.

Assim, delicada e rude, é a chamada cirurgia de levantamento dos seios da face, utilizada pra recompor tecido ósseo na maxila e permitir o implante odontológico. Anestesia pesada na boca e parte da face. Um cirurgião dentista e dois assistentes debruçados sobre minha cabeça e a boca aebrta, arreganhada. Lábios esticados e motor girando. A luz forte cega a pupila.

E eu ? Bem, eu estava ali no centro dessa confusão, objeto e agente. O que é que eu fazia? Observava e refletia. Mesmo em face do sofrimento, da mutilação, ainda que controlada. Mesmo em face do torpor químico e psíquico, eu observava e, curioso, tentava entender. Pode ser irônico, mas essa cirurgia, além de revelar o estado decadente de minha arcada dentária, revelou-me a essência de minha psiquê. 



Sou um observador.

Sou um observador inato, que o tempo todo olha a realidade e busca sentido. Seja o passarinho estranho cantando ao lado, seja o avião a jato que cruza o céu em alta velocidade, seja o gavião planando acima da presa (o que será que está caçando?) Sou curioso e isso me mantém vivo. Sou observador e isso me mantém atento (e vivo).


Observar aves é o lado mais humano desse modo de ser. Ave é a vida com asas. A vida que voa. Essa liberdade aumenta o caráter poético da sua observação. Mesmo assim o que conta é a curiosidade. O que será que o sabiá está comendo lá no telhado? Por que os pombos começaram a voar em círculos. Que estranho esse pitiguari ali no fio... Ptqueopariu!!! Observo permanentemente, automaticamente e sempre para tentar entender.

Quero saber: isso é ou não alienação? Isso é deficiência afetiva? Ou o que seria? Freud explica? Sim, provavelmente, mas não me importa. Sou assim. Curioso e observador. Observador e curioso.

Certa vez, vi um OVNI. Sim, um OVNI de verdade, daqueles reluzentes e não uma mera Elaenia metida a besta. Um objeto voador (quatro na verdade) brilhante que cruzava o céu a velocidade estonteante... sem ruído, todo luz e mistério. Mesmo diante da experiência metafísica de uma possível vida extraterrestre eu, altamente concentrado, curiosamente observava... Distância constante, velocidade estável, sentido sudeste, nor-nordeste, levemente azulada, silenciosos, acima da camada de nuvens.

As cirurgias têm esse caráter estranho e durante um tempo restrito terceirizamos o controle de nossa matéria e em certo sentido, morremos parcialmente pelo menos naquele segmento de tempo e naquela parcela maxilar de nosso corpo. Vamos combinar que os OVNIs também são estranhos.

Cirurgias e OVNIs são experimentos filosóficos extremos, em que, de certa forma, aprendemos sobre nós mesmos e como nos comportaremos diante do intangível. Eu, de minha parte, já aprendi: morrerei assim, observando, curioso pra saber como é que é o final.

Amém.




1.02.2014

I Love Lista!

I love lista

O mais legal de passarinhar é fazer listas*

* #prontofalei, não tenho vergonha de ser um "lister".

Começo de ano! Lista de desejos e resoluções, lista de viagens, lista de lifers pra 2014, nova lista de espécies do CBRO… Oba!!  Eu adoro listas… Esse ano já fiz duas novas! A lista de hoje e a lista de ontem. E passei horas atualizando minha lifelist.

Aliás eu acho magnifíco  o conceito passarinhístico de lifelist: A lista da Vida, isso talvez seja a grande expressão poética de uma planilha excel. 


Mas o meu passado me condena e tenho que confessar que até pouco tempo eu não mantinha uma das aves observadas. Sei que é uma vergonha, ou melhor, uma mera preguiça técnica, resquícios de meu passado de fotógrafo, quando eu era fissurado no bitmap, metadependente de metadados.  A lista era mero sub-produto, no meu modo tosco de ver, hoje não mais!

A experiência de observar uma ave é única e merece um lugar de destaque na lifelist, na minha lifelist. Que é minha, só minha. Não divulgo, não comparo, não compito. Ou melhor, divulgo, comparo e compito, comigo mesmo. É cá entre nós, eu comigo mesmo. Um exercício permanente de disciplina e ética. 

To list or not list... Ahh o grande dilema da vida de um passarinheiro... 

Sabe como é, tipo Sanã-parda. Outro dia eu vi uma. Daquele jeito né, no meio do pirizal, na brenha verde do brejo úmido, uma insana sombra parda passando de lá pra cá… mas era ela. Com certeza. Respondeu ao playback, veio olhou, chegou aos meus pés… cantou ali escondida. Maledita! Nada mais do que uma nesga de olho me olhando do meio do cisco. E aí como fica??? Qual o limite? Vale o registro?? Coloca na lista como "ouvida" ou "vista" ?*

Apesar de descrente, nesses momentos sinto falta da fé, do confessionário. Um confessionário ornitológico, onde pudesse colocar minhas dúvidas éticas, saber enfim se devo ou não computar a insana sanã na lista natalina. Invejo a ontológica
objetividade da fotografia.  Se tem foto tem registro caso contrário simbora ralar mais um pouco. Manda o  playback, pra ver ralídeo tem que ralar. 

Não! Menos por favor. Acho que prefiro a dúvida, a dívida ética que me move em busca de novas experiências!!  Mas reafirmo, sou um lister, aliás comecei a me considerar birder no momento em que comecei a listar, colecionar.*

Dona Marilene também adora colecionar, cacarecos. Nossa casa é cheia de lindas bugigangas… eu odeio isso, e também os seus gatos, mas enfim ela é colecionadora, cata-trecos.*

Eu não... Gosto de olhar pra frente! Não gosto de nada que se estrague com o tempo, nada que se deprecie, nada que precise limpar ou tirar o pó. Nada de manutenção.

Impermanência… quero que as minhas marcas se apaguem, que as pegadas se desapeguem…


Minha coleção não é de coisas, não é de objetos. Minha lista é de empenhos, de conquistas, lista de dúvidas, de histórias. Lista de encontros, não de arquivos. 

Minha lista é de vida: lifelist.

* sem moralismos... cada um com sua preferêcias...
** inpire-se aqui e aqui vendo a vida de grandes listers




Anexos: 

  1. Se você é assim "quinem" eu, recomendo o Táxeus o paraíso dos listeiros.
  2. Positivo operante:
    Sou cético, frio e calculista.  Adoro matemática, física e ciência exatas. Descrente, não acredito em OVNIs (exceto alguns do gênero Elaenia). Por tudo isso, eu penso que  astrologia é uma enorme pataquada. Sem concessões.
  3. Uma concessão: 
    sou virginiano, afinal nasci no ultimo decanato de Agosto, nada além disso,  bem…,  confesso que tenho mania de organização, que minhas gavetas são super arrumadas, sou extremamente crítico e detalhista e adoro listas.
  4. Listo logo existo.
    Antes de mais nada, eu faço um lista do que pretendo observar. Depois de terminar, naturalmente, listo o que foi visto. 
  5. Seja criativoFaça diferentes listas, lista do local visitado, de gêneros, de Cotingídeos. A gente reconhece um bom passarinheiro olhando as suas listas. 
  6. Minha gaveta predileta
    Tenho uma gaveta especial, a sétima (contando de baixo pra cima), onde eu guardo todas as minhas lista já realizadas. Colado na tampa, a realização máxima: um índice, uma magnífica lista das listas.
  7. Sou um meio geek
    Todo geek, é lister. Fomos abençoados pela automatização que a vida digital nos proporciona. Vc. já parou pra pensar que o Wikiaves nada mais é do que uma grande lista de listas de fotos ? E que o seu perfil no facebook é na verdade uma extensa lista de status? Mesmo esse blog que vos fala é uma lista...
  8. Fotografar é listar.
    Em última análise deixando de lado aquele aborrecido bitmap de tons RGB, o que resta, na essência é uma lista de espécies. Lista pela qual todo passarinheiro de respeito se esfola, rala, sofre, enfrenta sol e chuva, poeira e estradão… enfim, se diverte e vive feliz.
  9. Binóculo é tosco.
    Essa afirmação acima é tosca, muito tosca, eu sei… Mas binóculo não faz lista… isso é inadmissível. Pôw, um binóculo bacana custa mais de 3.000 dólares. Tem um conjunto óptico admirável e por ser binocular, mantém a tri-dimensionalidade do passarinho, potencializa o orgasmo ornitológico, um show!!! Mas não faz lista… e isso o deixa mais tosco que uma camereta xingling mezzo-zoom. Tem usar lápis e papel pra listar
    . Argh!!! t
  10. Eu amo Excel.
    Linhas e colunas, matrizes, listas tridimensionais! Realmente amo uma planilha. e posso afirmar: alguns dos melhores momentos de minha vida foram passados em frente a uma planilha .xls.
  11. to be continued...