11.26.2006

Onde é que eu fui parar!

Tou quase terminando o site do Avistar2007. Queria que vcs. dessem uma olhada e me ajudassem a avaliar. Será que a programação está bacana?? E o design??? É isso ai, dá uma olhadinha lá e me diga o que achou!!

avistarbrasil.com.br/joomla

11.25.2006

Presentão


Lançamento imperdível.
Novo livro do Edson Endrigo! Espetacular, só pra variar! Um excelente presente de Natal. o Edson é um de nossos mais dedicados fotógrafos de aves, vale a pena dar uma passada na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos para o lançamento.
Dia 07 de Dezembro, 19h30, aproveite para ir treinando o caminho. Avistar 2007 vaiser no Parqu Villa-Lobos, se prepare!!

11.24.2006

Sr. Gunther, aqui está meu cartão...

Outro dia um amigo veio me procurar, no meio do trabalho; Sabe como é a rotina, no meio de planilhas de excel, afundando a cabeça no meio de conversões de moeda, milhares de dolares rolando. O petróleo, minas de carvão no leste da Africa e de diamante na selva de Bornéo, ou seja, levei um susto ao ouvir aquela voz me chamando de volta.
– Olhe Sr. Gunther, vim lhe trazer meu cartão, faz tempo que mudei de e-mail, me escreva...
– Claro meu amigo... respondi pensando porque, afinal de contas, que eu deveria escrever pra ele?...
– Mande aquelas fotos de passarinhos – sem mais, de olhar minha expressão, ele me respondeu.
– Claro, claro... – respondi e ele foi saindo meio cabisbaixo.

Sem pensar duas vezes, peguei um guia de aves que tinha em cima de minha mesa e lhe dei antes que fosse embora. Seu rosto se iluminou, sorriu.
– Puxa vida Sr. Gunther, puxa vida, que lindo –
Emocionado ele me contou que ia todo fim de semana caminhar no Ibirapuera, com o filho, e que agora iriam observar aves também! – Dei lhe um pouco de conversa, antes de voltar ao meu árduo trabalho, sabe como é planilhas, carvão petróleo etc.. ainda pude ouvir quando ele me disse:
– Sabe, ontem morreu meu gato e eu tava meio triste... então, acho que vou começar a olhar passarinho...


11.21.2006

Exurbano

Esse texto abaixo é parte de um livro que ainda não terminei. Reflexo de meus 10 anos no Japi, longe da necrópole.

Drogaditos! (confesso que vivi!)

Instalei um ponto de distribuição da droga, num beco escuro, abrigado do vento, em minha varanda. Aos poucos uma legião de dependentes descobriu a bocada. Toda manhã eles vão chegando e a cada novo carregamento formam filas desordenadas; ávidos, insaciáveis, constantemente brigando entre si. Totalmente alheios à minha presença.
Um deles logo me chama a atenção. É jovem, tem uma mecha azul na cabeça - como se fora um punk tardio. É sempre o primeiro a chegar. No início, arisco, altivo e independente. Agora não voa mais. Senta-se resignado próximo a varanda e fica me olhando com seus olhinhos miúdos, enquanto aguarda a próxima dose. Os dias se sucedem e o doce passear de flor em flor é apenas uma sombra de um passado longínqüo. Sua atitude mudou completamente e mesmo estando a uma distância segura posso perceber sua respiração desmedida, seu pobre coração em ritmo alucinado.
Aos poucos ele se tornou o dono do pedaço. Agressivo, ataca ao menor sinal de invasor. O bando porém se organiza. Enquanto um o distrai, os outros se fartam da glicose. Existem ainda os que chegam furtivamente, por trás do bebedouro. A disputa é grande e as vezes algum se machuca. Mas a dependência é mais forte nesses dias de inverno, enquanto a chuva redentora não vem despertar as grandes floradas. E eles insistem.
Os beija flores são animais de metabolismo incrivelmente alto. Historicamente souberam explorar na escala evolutiva, a novidade tecnobiológica do de seu coração de quatro câmaras. Verdadeiros motores alados, necessitam ingerir grandes doses de açûcar. Tornaram-se dependentes químicos.
Eles são lindos na sua árdua busca por alimento. Incansáveis voam de flor em flor por muitos quilômetros. Mas a poesia desaparece totalmente nos bebedouros. Por isso sempre evitei coloca-los na varanda de casa; não gosto da idéia de ter esses belos pássaros rondando, como junkies desesperados, atrás de sua dose diária de glicose. Além disso, o açúcar deve ser fresco, trocado diariamente, senão cria fungos letais.
Assim como a miséria humana, a saga desses drogaditos me atrai; mais pelos sórdidos aspectos sócio-etológicos que pela fugaz beleza de suas penas. Impossibilitado de freqüentar o bas-fond das grandes metrópoles recrio aqui essa tragédia com os colibris. E toda manhã. faça chuva ou faca sol, reabasteço o bebedouro.

Barros e ventos

Mestre Manoel de Barros também passarinhava:

XXX

Atrás do vôo dos patos seguem os restos dos dias


IV

Sabiá de setembro tem orvalho na voz.
De manhã ele recita o sol.

XXIII

Vi uma água viciada em mar!
Meus ocasos mudaram de aves?

Concertos a céu aberto pra solo de aves.

11.19.2006

Juro que vi!

Passarinhar é uma arte nobre. Obra de cavalheiros, honra e dignidade acima de tudo. Acontece que a maitaca é bicho comum, pros meus olhos já mateiros o bater de asas característico, abaixo da linha do corpo, é suficiente pra identificar. Naquela manhã de domingo, no início da trilha, a névoa baixa comprometia a visibilidade nas franjas da serra de Paranapiacaba, mas seu canto não deixava dúvidas. 3 indivíduos, vôo curto, de uma árvore a outra.
Normalmente ao seguir uma ave voando pelo meio das copas de árvores exige capacidade de interpolação, olhar trava no alvo, a cabeça segue o movimento mesmo por detrás da copas, Mesmo sem ver, continue a olhar!
Não! Não! Algo errado! Asas longas, vôo enérgico. Enorme! Isso não é maitaca. Os olhos se perderam, movimentos cruzados, à direita, adiante. A ave majestosa pousou na árove seca ao longe.
Caralho! É linda!
Processamento a milhão, identificar, identificar!
Corpo esguio, porte de gavião grande, penacho longo na cabeça! Não é possível, é linda! linda!
Entreolhares, é isso mesmo? Vc. viu? Confima? aparentemente não havia dúvidas. A situação estava sob controle. Naquela manhã na trilha mestra éramos oito pessoas, entre mestres e aprendizes a admirar o mais belo rapinante da mata atlântica, Spizaetus ornatus, ou gavião de penacho.

Passarinhar é arte nobre.

11.18.2006

tou corrido...


tou postando pouco eu sei.
é que tou fazendo os preparativos pro Avistar2007.

Nosso encontro de observação, que vai ser me Maio2007 no parque Villa-Lobos em São Paulo.
Se preparem!!!

11.16.2006

Olha o beija-flor ai gente!

Incrível, mas somos totalmente dependentes da optica pra fazer observação. Quer dizer, nada disso, mas vamos em frente no raciocínio. Nessa foto abaixo tem um beija-flor. no olhar típico de quem num tem binóculo nem lente telefoto. Fica difícil de observar assim. Na outra foto, com o zoom da lente podemos ver o amiguinho sentado ao lado da flor.
Para mim existem 2 olhares. Um de foco aberto, holístico, acha o bicho, verifica o vôo, percebe a diferença entre a folhagem balançada pelo vento e o passarinho pulando. Esse é o mais importante pra encontrar o passarinho. Depois tem o segundo olhar, focado, metódico, t´cnico até. Que encontra, escaneia identificando e registra.

O maior erro é olhar focado sempre. Assim num se vê nada num se encontra nada...
Olhe aberto, sinta a mata como um todo, o que se mexe é passarinho (ou onça, ou esquilo etc... Se mexe diferente, mais pesado que o vento... mas muito mais leve que tudo.

11.12.2006

Porque caminha o observador ?

Andar por toda a trilha as vezes num mostra nada, horas e horas andando sem passarinho muitass vezes é melhor sentar e esperar. Mas qual seria a melhor atitude? Fazer a trilha? Andar ao leo? Sentar e esperar?

Sei que no caso de levantamentos sistemáticos de avifauna uma das coisas mais importantes é definir o procedimento. No caso do censo de sabiás, por exemplo, foi definido um percurso padrão, de 01 k. Ao fazer um percurso, vc. define uma linha de amostragem da área e pode começar a traçar uma estratégia estatística para o trabalho.

Mas isso pode ser feito, inversamente, sempre no mesmo lugar, sem sair, deixando o tempo correr. Eu de modo geral prefiro não caminhar muito, deixando o tempo verter.

Pensando em termos de mata atlântica, a sorte grande é acompanhar um "bando misto", esse tipo de arrastão passarinhístico ocorre quando dieferentes espécies se juntam e saem caçando, comendo frutas e voando de árvore em árvore. Isso é frequente e num bando desses podemos encontrar diversas espécies de sanhaços, saíras e outros. Outra oportunidade boa é seguir uma correição de formigas. Que sempre são acompanhadas por outras aves, como a "olhos de fogo" e outros.

11.11.2006

Da janela para o mundo

Refleti bastante esses dias, para chegar a uma conclusão, o tema do Avistar2007 vai ser "Da janela para o mundo" tratando justamente da questão "Ser ou não observador de aves". Pegar o cara que passa um tempo na janela olhando passarinho e permitir que ele que se descubra como observador. E que se ele observa aqui ele pode depois observar no mundo todo.

Quem olha cuida, que identifica proteje. Esse é o plano secreto. Que as pessoas vejam, observem, os passarinhos e cuidem deles. Pensando nisso e olhe só o que aconteceu!!! A Ana Paula escreve um mail, com essa foto abaixo:

O mesmo passarinho(cambacica) de um post ai embaixo
Obviamente fotografado da janela. É isso!! da janela, pro mundo, pro mundo!!!


Será que sou ou será que não sou?

Onde termina o curioso? Onde começa o observador?
A partir de que momento se pode dizer que uma pessoa é um observador de aves?

Nos Estados Unidos (fora bush!!) define-se como observador uma pessoa que identifica mais de 10 espécies de aves, ou alguém que coloca um comedouro e fica na janela observando.

Se vc. sabe a diferença entre um Sabiá e um Bentevi, se vc. sabe o que é um sanhaço ou uma colerinha, deferencia um urubu de um gavião voando, então os seus problemas se acabaram. Você é um observador de aves!!

Pode ser uma visão muito parcial de minha parte, mas se você passa aqui no Passarinhar antes de dormir, então os seus problemas começaram!! Vc. é um observador de aves!!

Saia do armário, pegue um binóculo venha se juntar a nós!!

11.10.2006

Passarinho voa é porque tem asa!

... Pega o meranchia e leva pro Ceasa",

desse jeito terminava a cantiga infantil que começava assim

"meu coraçon está no Japon,
meu aregria é prantá meranchia
".

O fato é que as aves voam, isso é inegável. Mas somente aumenta a diversão. Por exemplo, esse caboclo aí embaixo é o Caboclinho-Rosa Sporophila hypoxantha Tawny-bellied Seedeater
todo ano ele sobe em migração pra passar o inverno. Depois desce. No meio da migração ele dorme um dia em cada lugar. Acorda, come e vai embora. Qual a chance de achar um bichinho desses de passagem?? Pra complicar veja a área de distribuição dele no mapa, ele chega somente numa beiradinha da mata atlântica... só numa pontinha. Pois é calhou de pegar o dito no meio da uma viagem e fazer uma fotinho. Que num vale nada além da alegria que me proporcionou, já que Deus me fez nascer assim humano e sem poder voar...
E ai o que a gente faz???

Mais uma vez a poeta Alice traz a resposta, que já coloquei ai pra baixo um dia...

viver ou morrer
é o de menos
a vida inteira pode ser
qualquer momento
ser feliz ou não
questão de talento

leve a semente vai
onde o vento leva
gente pesa
por mais que invente
só vai onde pisa

(Iara Rennó e Alice Ruiz)

Não sei se meu coração está no japon, talvez até esteja,
mas minha alegria é a fotografia,
de coleirinha e de bentivi,

(que afinal tem o segredo)

11.08.2006

Trabalho intenso



Dias de chuva na mata atlântica. A passarinhada toda atarefada, levando comida de lá pra cá, abastecendo os ninhos cheios de filhotes. Nos comedouros do Pq. do Zizo o Benedito da Testa Amarela - Melanerps flavifrons e o João Velho Celeus flavescens se abastecem de banana. Picapau fashion!

11.07.2006

Observe sempre um observador!


Jeremy, Arthur, Tatiana, Fernanda, Luiz Figueiredo, Julio (Ricardo procurando aves fora de quadro)
Observar aves é só o início. Depois vc. aprende a observar os observadores. Para isso nada como um passeio com os grandes mestres. No feriado fomos pro Parque do Zizo e lá encontrei grandes mestres, entre eles o Jeremy Minns, o Arthur Grosset, meu amigo Luiz Fernando, a Fernanda Melo e o Ricardo. Cada um deles com seu jeito, todos com grande sabedoria.
A Fernanda é zen sem ser japonesa, caminha pela mata com uma suavidade impressionante. Não move um só graveto, o olhar sempre atento mas nenhuma tensão. Concentração total, uso intenso de tecnologia, sabedoria e certamente uma boa dose de intuição. Admirável!
Jeremy é um sábio. Ao chamar no pio uma ave, modula o silêncio pois o loop é mecânico e o canto orgânico. Só grava um canto se não fez o playback, detalhes que fazem a diferença. A qualidade das gravações é excepcional. Aguardem o DVD!! Lançamento no Avistar ??? Assunto pra discutir ao lado do fogão a lenha.

Voltei do Zizo



Foi ótima a viagem pro Zizo!
Rendeu belas observações e alguns eu vi pela primeira vez! Como o Gavião de Penacho. Maravilhoso!!! Tão emocionante que não consegui nem fotografar, coisa de prinicipiante. hehehe Mas vi também o caboclinho rosa, ave migratória e inesperada no Zizo. Ficou somente um dia e se foi asim como chegou.

11.03.2006

Tou indo pro Zizo

Passarinhar em grande estilo, com bons amigos e grandes mestres.
Trabalhei a noite inteira pra conseguir dar uma escapadinha. Na volta tem novidades...